UM SONETO

Um soneto, ora retrata o amor mais puro,

Ora, a saga sem trégua da alma confusa;

Pode-se inspirar no que lhe fornece a musa,

Ou na solidão, a estender seu manto escuro...

Vezes há em que exalta essa mui profusa

Natureza, a mãe de um versejar seguro;

Noutras, qual a fitar intransponível muro,

Falta a sublime ispiração que o produza...

De todo modo, ele é como a mão que espalma,

Como se nos pedisse um pouco de atenção,

A transmitir verdades, com um quê de encanto...

Exprime então a força de um sorriso ou pranto,

Um verdadeiro amor, ou simples solidão,

Mas traz em si o conteúdo d'uma alma.

Mario Roberto Guimarães
Enviado por Mario Roberto Guimarães em 11/04/2008
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