UM SONETO
Um soneto, ora retrata o amor mais puro,
Ora, a saga sem trégua da alma confusa;
Pode-se inspirar no que lhe fornece a musa,
Ou na solidão, a estender seu manto escuro...
Vezes há em que exalta essa mui profusa
Natureza, a mãe de um versejar seguro;
Noutras, qual a fitar intransponível muro,
Falta a sublime ispiração que o produza...
De todo modo, ele é como a mão que espalma,
Como se nos pedisse um pouco de atenção,
A transmitir verdades, com um quê de encanto...
Exprime então a força de um sorriso ou pranto,
Um verdadeiro amor, ou simples solidão,
Mas traz em si o conteúdo d'uma alma.