Soneto da Décima Sétima
E eu que espio estrelas no breu
na noite calada, velada pela lua
de tantas noites em claro, vai, rua!
Caminho nas esquinas de verso meu.
E na vertigem da fé encerro em Deus
tudo que minha'lma pecaminosa nua
já mostrou-se, imoral, colou na pele tua,
indo longe da pureza d'onde nasceu.
Pois hei de revelar os erros meus
diante d'Ungido ou do incestuoso Asmodeu...
que nos sonhos me tenta e me assedia.
E na balada de leito e poesia
torno-me verso e recito-me de dia
para redimir-te dos pecados teus.