Bálsamo Sereno

Vozes suaves dos êxtases serenos

Surdinas de luz da natureza em festa

Paz primordial que o grande bem atesta

Dos carinhos de delírios supremos.

Ergue as asas aos líricos e extremos

Vinhos imortais do sol, alta luz mestra

Que os infinitos calmos e mansos amestra

E põe um lago nos corcéis terrenos.

Em meio à desventura e a desdita

Na luta imensa, convulcionada, aflita

Do pego dos desejos em tremenda guerra

A natureza é o albergue cuja dita

Consola a dor e a mágoa infinita

E acalma a ânsia que nas veias erra.