O Ângelus da Felicidade
O templo vasto sagra a todo instante
Seu nobre Ângelus de safira e diamante
Os homens correm afoitos atráz da miragem
Mal gozam sôfregos a acolhedora estalagem.
Amantes do excelente e devotos da carnagem
Embala-os um cântico voraz, selvagem
A turba ignora o refrão transcendente
E vagamente sonha o verbo eternamente.
O melhor, o nobre, que contém felicidade
Não é buscado senão com libertinagem
E o puro afã boia de um sonho virgem.
O templo espelha a azul imensidade
Mas o mortal só quer na ansiedade
Gozar a festa vil em meio à vadiagem.