“LÚBRICO”
A lucidez tropeça enquanto eu penso
Na imensidão que o nada me aprazia
E na solidão que entope a luz do dia
Escurecendo cedo a minha estrada
Entorpecendo a sombra imaculada
Da fera em que a fé me conduzia
Dá saudade desfilante em romaria
Ensopa-se de lágrimas meu lenço
Deixando-me sonâmbulo e tenso
A noite prosseguindo para o nada
Sugando a labareda em que vertia
A vida em fogo, na lamparina havia
Tremia, no vento, agora chamuscada
A lucidez tropeça enquanto eu penso...