Soneto
Os braços azuis, calmos e serenos...
A face opaca, a tez cheia de neve
Num movimento lento, puro e breve
O segredo de todos os venenos!
Os olhos leves, neutros e vazios
Um corpo etéreo, pálido e celeste
O perfume presente nesta veste
A boca, objeto d'alma, toques frios...
Tudo isto constitui um sonho sensível
Repleto de reflexos e figuras...
Angelicais lembranças brandas, puras...
Alvas formas sublimes, sonhos plenos...
Vida real, verdade, algo possível...
O segredo de todos os venenos!