ESTRADA DA SAUDADE
Fria, a corroer um coração sofrido,
A saudade estabelece sua morada,
Sem deixar, sequer, uma margem a mais nada,
Faz-se o peito sensível e combalido.
Como fora uma deserta e árida estrada,
Entre acidentes e percalços percorrida,
Em um triste caminhar se torna a vida,
Sem a preciosa presença da amada.
De encontrar-te, minha alma não vê a hora,
Quando, enfim, hei de ter o sonhado sossego,
Que dê um novo colorido aos meus dias,
Cumulando-me de incontáveis alegrias,
Na paz que me proporciona o aconchego
Que só tu, musa, podes dar-me, vida afora.