ESPERA
A minha alma pede a tua companhia,
O coração como que, se explodir, pudera,
Já não suporta o tormento da espera...
Noite após noite, vivo em melancolia.
Ah, musa, tu sabes o quanto eu quisera,
Escapando à solidão, dorida e fria,
Estar envolto em tua singular magia,
Vivendo o grande amor que dantes não tivera.
Dos meus dias inteiros, nem sequer metade,
Consigo utilizar de forma a ter proveito,
A poesia não tem sua forma serena,
Pois, sem ti, do teu poeta, calou-se a pena,
Ante a agonia que me toma todo o peito,
A conseqüência natural dessa saudade.