Espectros

No espaço sombrio vultos se esgueiram

Tomam formas cores variadas e teimam

em espalhar o fantasma do medo e da dor

nas faces estampadas crispadas de pavor

Mãos que abençoam e cicatrizam feridas

as que se encontram ainda que doloridas

se perdem no afago no afã da despedida

sôfregas buscam uma lembrança perdida

Lusco-fusco da ilusão imagem tão querida

Nesse túnel da vida luzes que se perdem

doce bálsamo que acalenta a alma sofrida

Algemas invisíveis que prendem os sonhos

de ser e de ter apenas o que há para viver

eternas incertezas fluem em redemoinhos