TERNO ABRIGO

Há que se conviver com a vicissitude,

Que sempre ocorre, a todo ser vivente;

A ninguém é dado destino diferente,

Sofrer é certo, vez em quando ou amiúde.

Quando o sofrimento, em nós, se faz presente,

Da esperança, precisamos da virtude,

Pois, a fazer que a dor em consolo mude,

Exerce o amor um papel proeminente.

Sabes, musa, oferecer ao teu poeta

O lenitivo a qualquer padecimento,

Na forma do mais puro e terno abrigo.

Não fora, pois, este bem de estar contigo,

Impossível ser-me-ia ter o alento

Que só encontro nesse amor que me completa.

Mario Roberto Guimarães
Enviado por Mario Roberto Guimarães em 23/02/2008
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