TERNO ABRIGO
Há que se conviver com a vicissitude,
Que sempre ocorre, a todo ser vivente;
A ninguém é dado destino diferente,
Sofrer é certo, vez em quando ou amiúde.
Quando o sofrimento, em nós, se faz presente,
Da esperança, precisamos da virtude,
Pois, a fazer que a dor em consolo mude,
Exerce o amor um papel proeminente.
Sabes, musa, oferecer ao teu poeta
O lenitivo a qualquer padecimento,
Na forma do mais puro e terno abrigo.
Não fora, pois, este bem de estar contigo,
Impossível ser-me-ia ter o alento
Que só encontro nesse amor que me completa.