RIO DE AMOR
Meu anjo, como não ceder aos teus encantos,
Se o meu coração, ao soar da tua voz,
Lembra-me essa magia que há em nós,
Acentuando os teus atributos tantos?
E se, da saudade, a natureza atroz,
À minha alma aflita traz dores e prantos,
Têm, teus carinhos, o poder de acalantos,
Como fossem, de um rio de amor, a foz?
E dirige-se, ele, em águas serenas,
Ao mar revolto da paixão e do desejo,
A cada vez que eu te aninho nos meus braços...
De um sublime prazer, ele realça os traços,
Ao êxtase maior, propiciando ensejo,
Deixando, de ardor, as nossas almas plenas.