NOITES DE SOLIDÃO // PERNOITES

NOITES DE SOLIDÃO

(Milla Pereira)

Eu sinto, na penumbra de meu quarto,

Tua presença a me acompanhar...

Cerro os olhos e vejo-te chegar

Que esta saudade dói, como um parto!

Em minha ansiedade de amante

Corro para a porta a te esperar,

Enlaço-te, até quase sufocar

Como se fora real um instante!

Minhas noites são vivos pesadelos...

Se acordada estou, só penso em ti,

Dormindo, eu te tenho em meus sonhos...

Meus dias são cinzentos e tristonhos

Em face às noites que não dormi,

Sentindo os teus beijos mas sem tê-los!

PERNOITES (Réplica)

(Mario Roberto Guimarães)

A solidão é mal que fere fundo,

É, da distância, a pérfida irmã gêmea...

O coração se esgarça em versos, teme a

Saga maior que possa haver no mundo...

Essa paixão insólita e abstêmia

Que cresce dentro em nós, cada segundo,

Faz da espera um sofrer profundo,

Enquanto a rima soa qual blasfêmia...

Se pesadelos são as tuas noites,

Porque de mim te lembras acordada

E vivo nos teus sonhos quando dormes,

Vejo também fantasmas multiformes,

A povoar a minha madrugada,

Quando, sem ti, eu vivo meus pernoites.

Mario Roberto Guimarães
Enviado por Mario Roberto Guimarães em 31/01/2008
Código do texto: T840180
Classificação de conteúdo: seguro