O ÉBRIO

Curtindo o efeito da malvada pinga,

cantando vai pela deserta rua...

Do mundo mau que o desprezou se vinga

fazendo um show bizarro à luz da lua!

Um sonolento abre a janela e xinga,

menciona a mãe e ele responde: “É a tua!”

gargalha e chora, e grita, e dança, e ginga

e deita e dorme na calçada nua...

Já foi homem de bens, hoje um mendigo

que teve um dia a lhe mudar a história

uma mulher traidora e um falso amigo...

Que força estranha encerra um desengano:

pode impulsar um homem à vitória

ou transformá-lo num farrapo humano!

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