TEMPO DO AMOR

Não caberia no meu peito tanto amor,

Se me não fora a alma, por ti, vasculhada,

Nem por mim houveras de ser assim amada,

Não me tocasse, dos teus olhos, o esplendor...

Da paixão, desconhecido era o sabor,

Sem ter a musa que me florisse a estrada,

já que a solidão, companheira indesejada,

Tratara de, ao meu viver, tirar a cor...

Mas não se furta à sua tarefa o destino,

Quando a tudo se apresenta o tempo certo,

Porque assim determinou a natureza...

Encontrar-te foi definir uma certeza:

De que só pode um sentimento ser desperto

Se houver aquela que, do amor, nos dê o tino.

Mario Roberto Guimarães
Enviado por Mario Roberto Guimarães em 29/01/2008
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