TEMPO DO AMOR
Não caberia no meu peito tanto amor,
Se me não fora a alma, por ti, vasculhada,
Nem por mim houveras de ser assim amada,
Não me tocasse, dos teus olhos, o esplendor...
Da paixão, desconhecido era o sabor,
Sem ter a musa que me florisse a estrada,
já que a solidão, companheira indesejada,
Tratara de, ao meu viver, tirar a cor...
Mas não se furta à sua tarefa o destino,
Quando a tudo se apresenta o tempo certo,
Porque assim determinou a natureza...
Encontrar-te foi definir uma certeza:
De que só pode um sentimento ser desperto
Se houver aquela que, do amor, nos dê o tino.