NO SILÊNCIO DO OLHAR
A noite fazia-se bela e promissora,
No reencontro que, as nossas almas, lavava,
A matar essa saudade que atormentava
Dois corações, impacientes co'a demora...
Em nossos corpos, eis que o desejo queimava,
Quando enlacei-te, minha musa encantadora;
Aos ditames do amor, até o vir d'aurora,
Cedemos, como se, de dois vulcões, a lava,
Expandindo-se, a tomar, da Terra, conta,
Com ela nos levasse em colossal viagem,
Que, a um mundo de prazer, nos conduzisse...
Em nós dois, foi o silêncio que tudo disse,
Porque, do amor, não existe melhor mensagem
Do que o olhar que, o nosso êxtase, aponta.