ALUZCINAÇÃO...

Pisei os ares do infecundo deserto.

Fiz dos dias coisas,passos incertos.

Preso,não me libertei...Estava acuado,

sentimento esvaziado,totalmente quebrado.

Senti o sangue ferver em minhas saltadas veias,

o gosto amargo e enfurecido das feras da noite,

querendo devorar-me a carne...Mas que carne?!

Olhei-me de cima a baixo,só brancos ossos!

Explorei os limites da alma e daquele lugar inóspito,

ninguém...Estava completamente só,desequilibrado.

Era o fundo,o nada,tormento apenas,abismo esquecido.

Rasguei o silêncio invisível do tempo,vazei os sentimentos

pela já desguardada porta do eu desmoronado.

E naquele dia eu soube:Estive morto sem saber.

Paulo de Barros
Enviado por Paulo de Barros em 10/12/2005
Código do texto: T83433