ENGANADO PELA DROGA
Por caminhos, tortuosos, sobre-humanos, passei,
Andei à míngua, e dolorosamente, pão mastiguei,
Pois que me faltavam os dentes, que a malquista
Droga, me hei levado, para longe, de toda a vista.
Muitas vezes pedi socorro baixinho, me entreguei,
Ao dia a dia, feito cegueira; meus punhos aí cerrei
Contra toda esta maldição, contra todo alquimista,
Que na mão punha o saco que perto de mim dista.
Dormi ao relento, se dormir fosse então já possível,
Pois que a falta se sobrepunha a tudo, e consumia,
O pouco alento que aí me sobrava, ainda discutível.
E como não podia deixar de ser a Overdose surgiu,
Por mais de uma vez, e a auto inflação me distraia;
Eis que, não podendo nada contra mim, me mentiu…
Jorge Humberto
17/01/08