A Sereia e o Marinheiro

Na vastidão do mar, onde a noite é infinita,

Vão os marinheiros sob as estrelas frias;

E a sereia, que canta, em beleza os incita,

Promete aos corações suas doces magias.

Um deles, enfeitiçado, esquece o perigo,

E, ao ouvir-lhe a voz, se entrega à paixão.

No peito acende-se o amor, feito abrigo,

Que o arrasta, sem medo, à cruel sedução.

Mas ela, que outrora trazia a morte em seu canto,

Vê no homem um lume que jamais sentiu;

E, por amor, rompe o fado em um doce encanto.

Desaparecem no mar, num silêncio febril,

O marinheiro e a sereia, unidos em pranto,

Nas profundezas do abismo, onde o tempo é sutil.

Luciano Silva Vieira
Enviado por Luciano Silva Vieira em 15/11/2024
Código do texto: T8197662
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