GUACHE
Lílian Maial
Em mim, eu trago os males de quem muito amou:
A sede de entender as pistas das estrelas,
A fome de saber o ponto que escapou,
A angústia de esperar as noites, e não vê-las.
No peito, eu tenho a cor do dia que passou:
O negro pavoroso e assustador das telas,
O sangue rutilante que nunca estancou,
O cinza do tormento e náusea das procelas.
E tento misturar nuanças e sentidos,
Me pego ouvindo som do riso e dos gemidos,
E a tal canção que escuto só me traz desgosto.
Se pinto o amanhecer caiado de esperança,
A tinta que me escorre espalha só lembrança,
E a tela me revela a imagem do teu rosto.
********
*pintura de João Barcelos
Lílian Maial
Em mim, eu trago os males de quem muito amou:
A sede de entender as pistas das estrelas,
A fome de saber o ponto que escapou,
A angústia de esperar as noites, e não vê-las.
No peito, eu tenho a cor do dia que passou:
O negro pavoroso e assustador das telas,
O sangue rutilante que nunca estancou,
O cinza do tormento e náusea das procelas.
E tento misturar nuanças e sentidos,
Me pego ouvindo som do riso e dos gemidos,
E a tal canção que escuto só me traz desgosto.
Se pinto o amanhecer caiado de esperança,
A tinta que me escorre espalha só lembrança,
E a tela me revela a imagem do teu rosto.
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*pintura de João Barcelos