Margem
Religiões são barquinhos de papel:
flutuam em meio ao vasto oceano.
Uns afundam pelo ventinho gospel;
uns desabam ao rochedo soberano.
Uns vagam por séculos e séculos
procurando por algum seguro porto,
trasladando n’alma o homem morto
ao qual erguerão grandes oráculos.
Perguntam-se por onde anda Deus.
Está ele mesmo lá, após a margem?
E se tudo for apenas uma miragem?
Querem boiar; escolheram pneus.;
Meu barquinho foi; almas remidas.
Chegarei lá pelo meu salva-vidas.