Soneto: A Dama de Preto, na Rua do Bom Jesus – Recife

Nessa Rua deserta esplendorosa.

Suave a noite aparece lentamente.

Sua calma elegante e venturosa.

Traz memórias antigas no presente.

Pois a Dama de Preto sinuosa.

Nos visita sozinha eternamente.

Como quem surge assim silenciosa.

E ninguém a vislumbra nem presente.

Sopra o vento na escura madrugada.

Um poeta em seu quarto acende a luz.

Mas a Dama de Preto desbotada.

Dita um salmo da Bíblia e lhe traduz.

Mas a vida qual vela desmaiada

No pó frio dos ossos se reduz.

Recife, 09 de novembro de 2024.

José Turflay Albuquerque
Enviado por José Turflay Albuquerque em 09/11/2024
Reeditado em 13/11/2024
Código do texto: T8193161
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