Soneto: A Dama de Preto, na Rua do Bom Jesus – Recife
Nessa Rua deserta esplendorosa.
Suave a noite aparece lentamente.
Sua calma elegante e venturosa.
Traz memórias antigas no presente.
Pois a Dama de Preto sinuosa.
Nos visita sozinha eternamente.
Como quem surge assim silenciosa.
E ninguém a vislumbra nem presente.
Sopra o vento na escura madrugada.
Um poeta em seu quarto acende a luz.
Mas a Dama de Preto desbotada.
Dita um salmo da Bíblia e lhe traduz.
Mas a vida qual vela desmaiada
No pó frio dos ossos se reduz.
Recife, 09 de novembro de 2024.