Alma confrangida
---Paródia do soneto da fidelidade de Vinícius de Moraes---
De tudo, ao meu amor serei atento
Cingia, de teu toque, do olhar, me encanto
Desditada mente que me combate tanto
Detença voz que me aperta o peito.
Quero vivê-lo em cada vão momento
Uma impetuosa fagulha, no entanto
Disfere com eloquência seu pranto
De nada aconteceu, pungindo com tormento.
E assim quanto mais tarde me procure
Atando-me, angústia de quem vive
Quem sabe se ao nó, sangue se derrama.
Eu possa me dizer do amor (que tive):
Mas desperdicei aquela que me ama
Com perícia, não há quem ajude.