Soneto 47: CALADO SOU UM POETA

Ao falar, me perco entre palavras vãs,

O som se vai, a mente se embaralha,

Cada frase foge em curvas tão estranhas,

E o medo em meu peito se agasalha.

A plateia espera o verbo que não vem,

E eu me enrolo em cada tentativa,

Na escrita, o verso vai além,

Mas na voz, a poesia não é viva.

No silêncio, contudo, sou completo,

Ali, encontro abrigo e sou maior,

Sou poeta quando o mundo é quieto,

E o som calado me revela o melhor.

Sem a fala, sou livre e me permito,

Pois é no silêncio que eu habito.

Paulo Siuves
Enviado por Paulo Siuves em 18/10/2024
Reeditado em 18/10/2024
Código do texto: T8176481
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