Ruínas

Veste de alva a manhã este canteiro,

Ao cantochão dos sinos do passado,

Eis-me aqui, um eterno caminheiro,

Na torre erma do meu sonho enevoado.

Uma tristeza fez-me prisioneiro,

Vagando há tempos neste povoado...

Queres enterrá-lo na alma o coveiro

D'agrura que me viste amargurado...

Ainda me seguem as dores friorentas,

Quando as estrelas nascem sobre um lago,

Porque são aves negras e agoirentas...

Uma visão de lírios e de trevos,

Nessas ruínas frias em que vago

Sem lira antiga e solares medievos...

ThiagoRodrigues
Enviado por ThiagoRodrigues em 03/10/2024
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