Ruínas
Veste de alva a manhã este canteiro,
Ao cantochão dos sinos do passado,
Eis-me aqui, um eterno caminheiro,
Na torre erma do meu sonho enevoado.
Uma tristeza fez-me prisioneiro,
Vagando há tempos neste povoado...
Queres enterrá-lo na alma o coveiro
D'agrura que me viste amargurado...
Ainda me seguem as dores friorentas,
Quando as estrelas nascem sobre um lago,
Porque são aves negras e agoirentas...
Uma visão de lírios e de trevos,
Nessas ruínas frias em que vago
Sem lira antiga e solares medievos...