Te amo em Soneto

Já não há em meu peito espaço

P'ra qualquer que seja o caminho

Que não leve-me aos teus braços.

Pois pior que morrer sozinho

É viver tornando-me aço

Com a falta do teu carinho.

Sem teus cachos que alvorecem bronze,

Sem teus olhos que anoitecem mar,

Sem tua boca que de onze às onze

Pela vida inteira anseio beijar.

Dei-lhe o amor --teu há tantos anos.

Dei-lhe o corpo --teu há alguns meses,

Que em infindas vidas (e planos)

Se apaixonaria infinitas vezes.