A MORTE DOS SONHOS! // SINA DE POETA (com Milla Pereira)
A MORTE DOS SONHOS!
(Milla Pereira)
Depois da tempestade a esperança,
Após o pesadelo, os sonhos vãos,
Que se perderam por entre as mãos,
Fugindo da voraz intemperança!
Após a noite lenta de agonia,
Descansa o Poeta de seu canto,
Movido pela dor do próprio pranto,
Despido de sonhada alforria.
Não há mais a magia de seus versos
Nem há quem lhe console o coração,
Onde a inspiração se refugia...
Cessou seu curto tempo de utopia
Olvidando as mazelas da paixão,
Sepulta os sonhos loucos, controversos!
SINA DE POETA (Réplica)
(Mario Roberto Guimarães)
Às vezes, prisioneiro da tristeza,
Outras, envolto em manto de magia,
Quem foi tocado pela poesia
Conhece dela o encanto e a nobreza...
Os sonhos são, então, a alegria
Que o consola, ante a incerteza,
Posto que a sua alma vê beleza
Até onde se esconde a nostalgia...
E, se seus sonhos morrem no caminho,
O bravo vate segue a sua sina,
Inda que o atormentem desenganos...
O verso é livre, não se prende a planos,
Aflora e pelo ar se dissemina,
Sem mesmo perceber que está sozinho.