SE VOLTARES

Como o sândalo humilde que perfuma

O ferro do machado que lhe corta,

Hei de ter minha alma sempre morta

Mas não me vingarei de coisa alguma.

Se algum dia perdida pela bruma

Resolveres bater a minha porta

Em vez da humilhação que desconforta,

Terás um leito sobre o chão de pluma.

E em troca dos desgostos que me deste,

Mais carinho terás do que tiveste,

E os meus beijos serão multiplicados.

Para os que voltam pelo amor vencidos,

A vingança maior dos ofendidos

É saber abraçar os humilhados.

Rogaciano Leite
Enviado por Troya DSouza em 04/06/2024
Reeditado em 04/06/2024
Código do texto: T8078000
Classificação de conteúdo: seguro