Soneto: Amor Silencioso
Em olhares furtivos, laços escondidos,
Um amor floresce, tímido e sem voz,
Entre a moça e o patrão, em corações divididos,
Onde a paixão se cala, presa à dor.
Ela, admira-o em sua força e sabedoria,
No modo como comanda, guia e inspira,
Mas teme a represália, a mágoa e a hipocrisia,
Se ousar revelar a chama que a consome e a mira.
Ele, por sua vez, sente a chama em seu interior,
Na doçura do sorriso, no meigo olhar,
Mas a responsabilidade o prende à dor da paixão,
E o medo de macular a imagem, de um bom patrão.
Assim, ambos sofrem em silêncio, em vão,
Prisioneiros de um amor sem nome e sem chão.