Me quedo ao soneto

Abro o caderno pra rabiscar a folha

É dúvida a escolha: soneto ou poesia?

Que chore ou que ria, acendo essa palha,

E o calor entalha no verso a agonia.

Não quero porfia entre acerto e falha

Afio a navalha que corta a heresia

É sempre mania que a rima me acolha

Espoco essa bolha, solto a simpatia.

Palavra, iguaria, alimenta meu verso

Ainda que inverso, sem muro ou mestrado

Não fico de lado, sou galo de rinha

É vontade minha, mas saiba, eu confesso:

Tropeço e levanto, é agonia e tanto...

Mas, por enquanto, sei: me quedo ao soneto

Josérobertopalácio

JRPalacio
Enviado por JRPalacio em 02/05/2024
Reeditado em 02/05/2024
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