Me quedo ao soneto
Abro o caderno pra rabiscar a folha
É dúvida a escolha: soneto ou poesia?
Que chore ou que ria, acendo essa palha,
E o calor entalha no verso a agonia.
Não quero porfia entre acerto e falha
Afio a navalha que corta a heresia
É sempre mania que a rima me acolha
Espoco essa bolha, solto a simpatia.
Palavra, iguaria, alimenta meu verso
Ainda que inverso, sem muro ou mestrado
Não fico de lado, sou galo de rinha
É vontade minha, mas saiba, eu confesso:
Tropeço e levanto, é agonia e tanto...
Mas, por enquanto, sei: me quedo ao soneto
Josérobertopalácio