REFRÃO

Fechada e liberta nesta escuridão

De um tempo surdo e silencioso

Peço e renego um estender de mão

Passo à frente recuando caprichoso.

Faço e me desfaço em camaleão

Num aperto que o tempo capcioso

Modela a diferença em contracção

Num vai e vem de som melodioso

Sinfonia do silêncio em absorção

Inconsciente num tempo sinuoso

Como água que os lábios beberão

E sem saber da sede qual a razão

Bebi do silêncio em tom jocoso.

Não vi nascer meu último refrão!