FÊNIX

 

De todo o vão intento e ledo engano,
morro a cada palavra tua e momento
Queda ilusória de todo o meu tempo
por um sentir enganador e mundano.

Fico o momento, e logo me esqueço...
Sou a ambivalência das horas vadias
Em mim, o riso efémero não tem preço
Dias de cinzas tórridas e noites frias.

Que morra no ledo sentir da entrega
Recobro anunciado no negro corvo e
renasça de mim o amor que hora se nega!

Assim, sigo e sou, com a morte nos umbrais
Renascimento no doce sentir que sorvo
Finda o poeta? Quiçá! A poesia: jamais!