QUANDO O AMOR
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Quando o meu amor por ti vai ao concreto,
ao templo da carne, ao cimo do degrau
da matéria, em densidade, e é total
a entrega ardorosa ao íntimo e secreto;
quando a fonte verte e oferece o líquido
recolhido, gota a gota, pelo corpo,
como se ele fora uma nascente, um horto,
e tornasse ao seu redor insosso, insípido,
qualquer sonho de sentir sabor igual;
quando o fogo me consome e liquefaz
o corpo e todo o sólido e não mais
existo em mim, sou um rio sazonal;
sei que és alvo, um só destino, uma alvorada,
meu dileto, és essa luz inesperada...