QUANDO O AMOR
 
Quando o meu amor por ti vai ao concreto,
ao templo da carne, ao cimo do degrau
da matéria, em densidade, e é total
a entrega ardorosa ao íntimo e secreto;
 
quando a fonte verte e oferece o líquido
recolhido, gota a gota, pelo corpo,
como se ele fora uma nascente, um horto,
e tornasse ao seu redor insosso, insípido,
 
qualquer sonho de sentir sabor igual;
quando o fogo me consome e liquefaz
o corpo e todo o sólido e não mais
existo em mim, sou um rio sazonal;
 
sei que és alvo, um só destino, uma alvorada,
meu dileto, és essa luz inesperada...
 
 
nilzaazzi.blogspot.com.br