O LAMPIÃO

Meu velho lampião a querosene,

relíquia que conservo com cuidado,

herdei de quem também legou-me o gene

de homem de bem, guerreiro, honesto e honrado!

Sinto-lhe a falta e a dor castiga, infrene,

quando te olhando lembro inconformado

quanta festança e quanto ato solene

nós três compartilhamos no passado!

A casa então se torna o antigo rancho,

no canto o esteio, e nele o velho gancho...

e o pranto de saudade aflora e cai...

e ao transmutar-se assim todo o ambiente

- magia da lembrança - em minha frente

não vejo o lampião, vejo meu pai!