Soneto sozinho

De que me servem as mãos que trago em par

de que me servem os dias assim sozinho,

de que me valem os pés sem teu caminho

de que me servem os olhos sem te enxergar.

De que servem os braços sem te abraçar

de que servem os lábios sem beijinhos,

sem ti, minhas mãos já não fazem carinhos

sem ti, as minhas noites não têm luar.

O que me restou? Um bar como abrigo!

Mas outro amor, juro que não mendigo

mesmo vivendo assim a contragosto.

Culpa minha, tenho que reconhecer

pois fui ingrato, e fiz por merecer

te ver, assim, com outro em meu posto.

Josérobertopalácio

JRPalacio
Enviado por JRPalacio em 30/09/2023
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