Soneto sozinho
De que me servem as mãos que trago em par
de que me servem os dias assim sozinho,
de que me valem os pés sem teu caminho
de que me servem os olhos sem te enxergar.
De que servem os braços sem te abraçar
de que servem os lábios sem beijinhos,
sem ti, minhas mãos já não fazem carinhos
sem ti, as minhas noites não têm luar.
O que me restou? Um bar como abrigo!
Mas outro amor, juro que não mendigo
mesmo vivendo assim a contragosto.
Culpa minha, tenho que reconhecer
pois fui ingrato, e fiz por merecer
te ver, assim, com outro em meu posto.
Josérobertopalácio