EM RITMO DE EXTINÇÃO
autor: j.r.filho.
“Trompas do sol, borés do mar, tubas da mata”
Trazei convosco os sons conatos da floresta...
Porque na grande ocara ensaiam rara festa
E a chama, na fogueira, exige uma sonata.
Tapuia, apaixonado, o nó do amor desata.
A lua, no horizonte, a tênue luz empresta...
Vencer o concorrente, em luta, só lhe resta,
E, assim, por tradição, o litigante mata.
A carne do valente, agora desmembrada,
Em nobre cerimônia acaba devorada
Num ritual, timbira, que o moral eleva.
Fazei soar, também, avenas e taquaras...
Em ritmo de extinção suplicam as araras
“Entre o pudor da tarde e a tentação da treva”
Amélia Rodrigues-Ba. 13/12/2022.
Construído para a Trilha LXXX do Fórum do Soneto
- SONATA DO CREPÚSCULO - de Olavo Bilac.