Post mortem
Num campo-santo a beira da colina
Em meio a tantas campas verdejantes
Foram sepultos dois jovens amantes
Numa tarde escura, fria e opalina;
Era a menina simples campesina
Ele doutor – cheio de anéis brilhantes
Longe um d’outro - amaram-se distantes
Chorando tão cruel e injusta sina;
O som do vento como numa prece
No mausoléu se ouve. O descampado
Se silencia enquanto a noite desce.
E na alfombra daquele horto sagrado
Num pedaço de fímbria hoje adormece
Os dois em uma lousa, lado a lado.