Fome
Eu não mato a minha sede com poemas
Nem seco as minhas lágrimas com sorriso.
São toalhas, são navalhas o que preciso
Para estancar ou derramar os meus dilemas.
De que tinta são pintados meus problemas
Indispensáveis tanto quanto um dente siso,
São com pães, água e vinho que eu realizo
Os desejos das minhas necessidades extremas.
Sabe- se lá quantos talheres foram limpos
Em quantas inúmeras mesas reservadas
Seguindo etiquetas de guardanapos dobrados…
E nas ruas vejo míseros garimpos,
Negociatas em latinhas amassadas
Afim de matar a fome dos poetas desgraçados
Paulo Roberto Benedito