Sonetos
Gosto muito de ser sincero:
não sou muito austero
com os meus poemas.
Imponho regras amenas.
Passo a mão pela cabeça,
permitindo alguma travessura.
Para que nada lhes aconteça,
batizo-os como literatura.
Gosto muito do soneto,
porque impõe um cabresto:
são quatro, quatro, três, três.
Foge da regra o soneto inglês,
que é de um tremendo mau gosto:
quatorze versos de uma vez.
19.04.2014