Azul
A madrugada beija meu pescoço,
tingindo de azul minha pulsação,
desacelerando a agitação
que me jogava no fundo do poço.
A madrugada me faz ser moço,
me pinta de azul no pavilhão,
onde mora uma constelação
que me desenhou, osso por osso.
As horas mais azuladas
são quando minha jornada
se desencontra do nascer do dia.
A madrugada é um mar
onde minha alma escolheu morar,
pois esse azul a torna alegria.