VIUVEZ
O banco destinado ao passageiro
Do carro que dirijo está vazio,
Não ouço mais do modo que eu guio
Reclamações de ir muito ligeiro.
E aonde eu vou não sei o paradeiro,
Se obrigado a virar em um desvio,
Eu me vejo perdido e não confio
Em qualquer um que dê o novo roteiro.
Quem ocupava o banco dava conta
De tudo, e hoje, qual barata tonta,
Querendo ir, não sei como chegar.
"Meu coração" chamava assim o carro
Quem no banco vazio, ainda, esbarro,
Quando alguém quer o carro "uberizar".