RIO
Já fui alegre como aquele rio
Que se formou de um rego no quintal,
E as águas espalhavam um som tal
Cachoeira, até mesmo no estio.
Se assemelhava, às vezes, a um fio,
Mas o cantar chegava-me igual
Ao de uma cachoeira de cristal,
Embora aos outtros, fosse um desvario.
Era criança, e ao mundo inteiro lindo,
O rio e eu vivíamos sorrindo,
Sem medo de enxurrada e de enchente.
Cresci e pude ver que a alegria
Esvai-se, quando a chuva em demasia,
Vem e leva o rio alegre que há na gente.