RIO DA VIDA
Nunca mais fomos como antigamente,
Um rio calmo e preso a seu leito,
Seguindo cada curva satisfeito
Com as cantantes águas da corrente.
E a mudança não veio de repente,
O curso foi tomando outro jeito,
Aos poucos, e o que era tão perfeito
Transformava-se em algo diferente.
As chuvas e enxurradas de ciúmes,
Dissabores, reveses e queixumes
Deram ao rio outra natureza.
Aquele que ia à foz preso ao percurso,
Hoje, se reinventa em novo curso,
Sem saber aonde o arrasta a correnteza.