Permanências
É passageira a vida, um bem finito
que escapa pelos vãos de nossos dedos,
De nada valem súplicas e medos,
Pedir clemência em mais solene rito.
Contém, em si, mistérios, dons, segredos
Que nunca estão contidos no que é dito
Nas lendas, nos provérbios e no mito,
Por mais que sejam ricos seus enredos.
Finita, mas eterna, se renova
Na lágrima que caí, no verso, trova,
Nos cânticos de amor, na poesia.
Em tudo está presente, mesmo ausente,
renasce após a morte, integralmente,
No tempo da saudade, nostalgia.
Edir Pina de Barros