AQUELA MANHÃ II – Luciano Maia
Fomos dormir... já era de manhã
e o sol beijava a franja da cortina.
Lembro hoje aquela aurora, a mais louçã
vestida de uma rósea granadina.
Versos chegaram, poesia irmã
da minha amada, lírica, divina.
Aquela musa mística, artesã
do poema tecido pela fina
teia de luz que nos inunda de alma
e poeta nos faz e ao fim acalma
o nosso mais que merecido sono.
Aquele instante se me vem agora
neste soneto, relembrando a aurora
que outras vezes viver ambiciono.
da obra: Dunas © 2022
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𝙻𝚄𝙲𝙸𝙰𝙽𝙾 𝙽𝚄𝙽𝙴𝚂 𝙼𝙰𝙸𝙰 (Limoeiro do Norte-CE, 7 de janeiro de 1949) é poeta, tradutor, ensaísta, linguista e professor brasileiro.
Formado em Direito na Universidade Federal do Ceará, em 1978, preferiu dedicar-se aos estudos linguísticos e à literatura, tendo publicado vinte e um livros (poesia, ensaio, conto). Mestre em Literatura pela Universidade Federal do Ceará, em 1997, atualmente é professor do curso de Letras e de Comunicação Social da UNIFOR.
Cônsul Honorário da Romênia em Fortaleza, nomeado conforme diploma expedido pelo Ministério das Relações Exteriores da Romênia, datado de 23 de junho de 1997. Em agosto de 2016, foi condecorado com a comenda da Ordem do Mérito Cultural, na categoria Literatura, em apreço aos esforços importantes na tradução e publicação de obras romenas no Brasil.
Traduziu vários dos principais poetas da Romênia, como Mihai Eminescu, Mihail Sadoveanu, Marin Sorescu e Emil Cioran, além de outras da Suíça, da Itália e da Córsega. O seu livro Jaguaribe - Memória das Águas, já na sexta edição brasileira, está traduzido para o romeno, o espanhol (Argentino) e o inglês (EUA).
Luciano recebeu o Prêmio 𝔒𝔰𝔪𝔲𝔫𝔡𝔬 𝔓𝔬𝔫𝔱𝔢𝔰 𝔡𝔢 𝔏𝔦𝔱𝔢𝔯𝔞𝔱𝔲𝔯𝔞 de 2001, modalidade poesia.
Assim como seus dois irmãos, Napoleão Nunes Maia Filho e Virgílio Maia, é membro da Academia Cearense de Letras, para a qual entrou em 12 de maio de 1999, saudado por Artur Eduardo Benevides. Ocupou a vaga deixada por Florival Seraine, cadeira n.º 23, cujo patrono é Juvenal Galeno.