Amor

Despedi da minha alma o temor

Fi-la calar seu choro de aperreia

Prendi-a com as farpelas do amor

E nos seus braços dados libertei-a.

Em ti me joguei, soltei, como flor

Onde me enlacei sem fazer ideia

Que era eu a presa do libertador

Ao virar do tempo coado na areia.

Eu me emaranhei numa teia urdida

Em puro feitiço, como foi não sei

Quando lá pousei toda a minha vida

Caibo tão perfeita na cela à medida

Que dela escapar não mais poderei.

Eis-me eternamente votada cativa.