Ao Poente

O sol partia num ocaso lento,

As nuvens seguiam em seu cortejo,

E olhando-te sem mágoas e lamentos,

Olhos que brilhavam como um lampejo.

Macerados por dias lutulentos,

Enublavam-se com sonhos e arpejos,

Vós que se abrem ao cântico dos ventos,

E dormentes se fecham com um beijo.

Olhos de noites em alvoradas,

Que trazem-lhes contigo a solitude

Das almas que vivem encasteladas.

Ó silêncio das ermas sepulturas,

Que segue-me os passos na pulcritude

De um bosque de névoas e de alvuras...

ThiagoRodrigues
Enviado por ThiagoRodrigues em 21/05/2022
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