Soneto de coração mudo
Calou sua voz, meu coração, e ficou mudo.
Já não ouço a bela orquestra contundente
Perdeu o fôlego e o seu ímpeto tão ardente
Emudeceram-se as batidas do seu surdo...
A linda Sonata que inspirava os sentimentos
Hoje claudica em várias cifras esquecidas
Pois suas lágrimas já tornaram esmaecidas
As doces notas que regiam os instrumentos.
E calou-se a Lira dos desejos flamejantes...
Os seus acordes não ressoam como antes
O tácito concerto que outrora fora intenso...
Se responde aos estímulos dos neurônios
Só reverbera pra afastar velhos demônios
Pobre Maestro! Agora é só um hipertenso...
Adriribeiro/@adri.poesias