PRAÇA ONZE - SAMBA (SONETO)
PRAÇA ONZE (SONETO)
AUTOR: Paulo Roberto Giesteira
Pela extensão da Cidade Nova havia os desfiles das escolas,
Ali perto do Bairro do Estácio como da subida do morro afora...
Centro do Rio de Janeiro pelas várzea a que se joga uma bola,
Campo de Santana seguindo as ruas de buracos que atola...
Por uma data histórica de uma guerra que a paz esfola...
Barricas que formaram instrumentos batucados as escoras,
Espaçamentos das alas as comissões que partindo descola...
Pedaços de galhos serviram de baquetas batendo as esporas.
Repinique entrando no refrão do samba que desenrola...
Estribilho ou paródias exaltando as riquezas e as esmolas,
Passando pela extensão desfilando a alça de uma sacola.
Praça Onze no princípio do século vinte foi portinhola,
Entre blocos de embalo e enredo apresentando as escolas...
Samba para os sambistas sambando a toda batida hora.
Lugar de concentração de negros ex-escravos a sola,
Delimitada as Ruas Santana, Marques do Pombal a gola,
Senador Eusébio e Visconde de Itaúnas Norte à Leste que descola,
Confronto Naval de Riachuelo do Paraguai seguindo a mola.
Largo do Roccio Pequeno servindo de espécie de Quilombola,
Tias baianas doceiras da banana, goiaba ou carambola,
Estimação dos bichos presos às suas passadeiras gaiolas;
Reuniões musicais dos artistas as suas afinadas violas.
Causando a batucada misturando com o lundu formosa...
Originando o samba as fantasias ou roupas com argolas,
Ternos engravatados com chapéus que a moda rebola.
Extinta em 1940 quando ligava a Rua de Santana a quem mora...
Chegando a São Cristóvão imperial que a memória decora...
Praça Onze a formação chegando aos desfiles das primeiras escolas.