Ressentimentos
Absíntica bebida sem espuma
Na taça transparente da quimera,
É a utópica ilusão de quem espera
Delir as mágoas todas, uma a uma.
Ao fim de tudo resta sempre alguma
A resistir com força de uma fera,
que finca aduncas garras e esviscera
a dor, que dentro o peito se avoluma.
Ainda que acuada e enfraquecida,
Ressurgirá do nada, alguma agrura,
Da seiva do rancor, vital e eterna.
Degusta a velha mágoa na bebida,
Porém descobrirás que não se cura
Aquela que no cerne da alma hiberna.
Edir Pina de Barros
Absíntica bebida sem espuma
Na taça transparente da quimera,
É a utópica ilusão de quem espera
Delir as mágoas todas, uma a uma.
Ao fim de tudo resta sempre alguma
A resistir com força de uma fera,
que finca aduncas garras e esviscera
a dor, que dentro o peito se avoluma.
Ainda que acuada e enfraquecida,
Ressurgirá do nada, alguma agrura,
Da seiva do rancor, vital e eterna.
Degusta a velha mágoa na bebida,
Porém descobrirás que não se cura
Aquela que no cerne da alma hiberna.
Edir Pina de Barros