Cartas
Entrego- te os meus versos agora,
Todos os versos que compus por amor,
Desvalidos ,sem rimas e no torpor
D'Angústia da sua falta, minha senhora.
Para que os guardem, por anos, hora
Ou um segundo só, o que for.
E que deixeis contigo em calor
Para impedires que não vão embora.
Mas não façais com meus versos
O que fizestes com tudo que lhe dei antes,
Guarde-os contigo apenas,num canto.
São eles o fruto amargo e disperso
Da paga dos meus zelos infantes
Das horas dedicadas em que te amei tanto!